quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

As bem aventuranças

Encontro dia 31/01/2015

Mateus 5, 1-11; C. Ig. C 1716 – 1724)

“Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.”

Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!

A primeira leitura poderíamos entender que temos que ser pobres para entrar no reino dos céus, ou ainda que pessoas ricas não entrariam no reino dos céus. Mas o próprio Jesus disse: É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Daí podemos entender que é difícil, mas não impossível tal façanha.
Mas o que Jesus quer dizer? Jesus quer colocar em nosso coração que temos que ser humildes, humildes a ponto de sabermos que não somos nada, um bocado de pó que agora anda e daqui a algum tempo nem as lembranças restarão, mas nossa confiança em Deus deve ser inabalável. Devemos confiar nos caminhos que Deus traça para nós e viver sob sua sombra. Ou seja, devemos nos entregar no projeto de Deus para a nossa vida.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

Felizes os que choram...  Com o devido perdão, mas jesus parece louco ao dizer isso, mas devemos nos perguntar primeiramente o motivo deste choro. O choro sobre o qual Jesus fala aqui é uma profunda tristeza espiritual sentida pelo crente por ter ofendido a Deus com seus pecados. Felizes aqueles choram por sua miséria. Pelo pecado cometido.
Mais felizes ainda são aqueles que choram com quem chora, que procura consolar aqueles que precisam ser consolados. Mais ainda aqueles que choram pelo pecado do outro, que se entristece pelo pecado do outro, aconselha a sair da situação.

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

Felizes aqueles que optam pela bondade, a benevolência, a paciência e a humildade. Aquele que tem bom coração, rejeita a violência mesmo quando é atacado e principalmente: sabe perdoar;
Mas isso não quer dizer ser submisso, mas se exaltar somente quando e se necessário, principalmente para defendermos o nome santo de Deus e as coisas santas.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

Feliz é aquele que busca a justiça, que procura ser justo em todos os seus atos. Aquele que procura a santidade. Aquele que deseja ser um cristão autêntico. E que busca na palavra de Deus, a sua maneira de viver, sem comodismo, sem nenhum, porém.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

Feliz é aquele que se esforça para ser um reflexo da bondade de Deus. Aquele possui um coração aberto para com os irmãos. Que sabe perdoar, não julga, não desconfia demasiadamente, não tenho hábito de rotular as pessoas, não fofoca, não guarda rancor.

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

Queremos ver a Deus e jesus nos deixou aqui o caminho. Devemos ter um coração sincero. Devemos ser autênticos nos pensamentos e ações pois isso agrada a Deus. Com isso devo pensar: Sou hipócrita, acredito em Horóscopo, outras religiões.

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

Felizes os que constroem a paz pois tem consigo algo da bondade de Deus, ou melhor, se assemelha a Deus. Aquele que não semeia a discórdia, aquele que não é violento, aquele que cria alegria ao seu redor.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!

A igreja de Jesus conheceu o significado dessas palavras desde a sua origem. Não levou muito tempo para os apóstolos serem presos e intimados a abandonar a pregação do evangelho do Cristo.
Mas Feliz é aquele que é fiel a vontade de Deus e está pronto para sofrer para ser fiel a ela.
Quantos tem sofrido para estar no caminho de Deus. O encontro é apenas uma vez por semana, mas quanta dificuldade... quantas piadinhas ouvimos por estar na Igreja. Devemos estar preparados para combater o bom combate. Preparados para anunciar o evangelho onde quer que seja... E estou preparado para isso?

Aprofundando o Estudo - Catecismo 1716 - 1724

A NOSSA VOCAÇÃO PARA A BEM-AVENTURANÇA

I. As bem-aventuranças

1716. As bem-aventuranças estão no coração da pregação de Jesus. O seu anúncio retorna as promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão. A pregação de Jesus completa-as, ordenando-as, não já somente à felicidade resultante da posse duma tema, mas ao Reino dos céus:

"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. 
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a tema.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz. porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa" (Mt 5, 3-12).

1717. As bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem-nos a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua paixão e ressurreição; definem os actos e atitudes características da vida cristã; são as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos.

II. O desejo de felicidade

1718. As bem-aventuranças respondem ao desejo natural de felicidade. Este desejo é de origem divina; Deus pô-lo no coração do homem para o atrair a Si, o único que o pode satisfazer:
"Todos nós, sem dúvida, queremos viver felizes, e não há entre os homens quem não dê o seu assentimento a esta afirmação, mesmo antes de ela ser plenamente enunciada" (16)
"Como é então, Senhor, que eu Te procuro? De facto, quando Te procuro, ó meu Deus, é a vida feliz que eu procuro. Faz com que Te procure, para que a minha alma viva! Porque tal como o meu corpo vive da minha alma, assim a minha alma vive de Ti" (17).
"Só Deus sacia" (18).
1719. As bem-aventuranças descobrem a meta da existência humana, o fim último dos actos humanos: Deus chama-nos à sua própria felicidade. Esta vocação dirige-se a cada um, pessoalmente, mas também ao conjunto da Igreja, povo novo constituído por aqueles que acolheram a promessa e dela vivem na fé.

III. A bem-aventurança cristã

1720. O Novo Testamento emprega muitas expressões para caracterizar a bem-aventurança a que Deus chama o homem: a chegada do Reino de Deus; a visão de Deus: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8); a entrada na alegria do Senhor a entrada no repouso de Deus:
"Lá, descansaremos e veremos: veremos e amaremos; amaremos e louvaremos. Eis o que acontecerá no fim sem fim. E que outro fim temos nós, sendo chegar ao Reino que lido tem fim ?".
1721. De facto, Deus colocou-nos no mundo para O conhecermos, servirmos e amarmos, e assim chegarmos ao paraíso. A bem-aventurança faz-nos participantes da natureza divina (1 Pe 1, 4) e da vida eterna. Com ela, o homem entra na glória de Cristo e no gozo da vida trinitária.
1722. Uma tal bem-aventurança ultrapassa a inteligência e as simples forças humanas. Resulta de um dom gratuito de Deus. Por isso se classifica de sobrenatural, tal como a graça, que dispõe o homem para entrar no gozo de Deus.
"Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus". É certo que "ninguém pode ver a Deus" na sua grandeza e glória inenarrável e "continuar a viver", porque o Pai é inacessível. Mas, no seu amor, na sua bondade para com os homens e na sua omnipotência, vai ao ponto de conceder aos que O amam esta graça: ver a Deus [...] porque "o que é impossível aos homens é possível a Deus".
1723. A bem-aventurança prometida coloca-nos perante as opções morais decisivas. Convida-nos a purificar o nosso coração dos seus maus instintos e a procurar o amor de Deus acima de tudo. E ensina-nos que a verdadeira felicidade não reside nem na riqueza ou no bem-estar, nem na glória humana ou no poder, nem em qualquer obra humana, por útil que seja, como as ciências, as técnicas e as artes, nem em qualquer criatura, mas só em Deus, fonte de todo o bem e de todo o amor:
 "A riqueza á a grande divindade deste tempo: é a ela que a multidão, toda a massa dos homens, presta instintiva homenagem. Mede-se a felicidade pela fortuna, como pela fortuna se mede a honorabilidade [...] Tudo provém desta convicção: com a riqueza, tudo se pode. A riqueza é, pois, um dos ídolos actuais: outro, é a notoriedade. [...] A notoriedade, o facto de se ser conhecido e de dar brado no mundo (a que poderia chamar-se fama de imprensa), acabou por ser considerada como um bem em si mesma, um bem soberano, objecto, até, de verdadeira veneração".
1724. O decálogo, o sermão da montanha e a catequese apostólica descrevem-nos os caminhos que conduzem ao Reino dos céus. Por eles avançamos, passo a passo, pelos actos de cada dia, amparados pela graça do Espírito Santo. Fecundados pela Palavra de Cristo, pouco a pouco, damos frutos na Igreja para a glória de Deus.

Resumindo:

1725. As bem-aventuranças retomam e aperfeiçoam as promessas de Deus, desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos céus. Correspondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração do homem.
1726. As bem-aventuranças ensinam-nos qual o fim último a que Deus nos chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação, o repouso em Deus.
1727. A bem-aventurança da vida eterna é um dom gratuito de Deus; é sobrenatural, como a graça que a ela conduz.
1728. As bem-aventuranças colocam-nos perante opções decisivas relativamente aos bens terrenos; purificam o nosso coração, para nos ensinarem a amar a Deus sobre todas as coisas.
1729. A bem-aventurança do céu determina os critérios de discernimento no uso dos bens terrenos, em conformidade com a Lei de Deus.

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