sábado, 30 de maio de 2009

Encontro de Jesus com Zaqueu


Lc 19,1-10

No último encontro a ser refletido em nosso caminho, meditaremos sobre o encontro de Jesus com Zaqueu.

Zaqueu era um publicano, ou seja, um cobrador de impostos e para os judeus eles eram pecadores públicos, isto porque normalmente eram pessoas que também eram judeus, mas trabalhavam como se fossem "servidores públicos" de Roma. Por isso, eram mal vistos por cobrarem impostos de seus irmãos judeus. Além disso, por não existir fiscalização, os publicanos cobravam quanto queriam dos judeus e repassavam somente o que Roma pedia ficando com boa parte dos lucros. Acontecia até mesmo de cobrarem várias vezes a mesma pessoa no mesmo mês.

Até mesmo Jesus para citar uma prática não muito correta usou os publicanos como exemplo (Mt 5, 46) e Zaqueu além de publicano era o chefe deles.

A história é um relato do amor de Deus para com os seus filhos, principalmente com as ovelhas perdidas. O amor de Deus está acima do pecado e principalmente se direciona ao pecador. Mesmo Zaqueu sendo quem era, Deus não se importou, e não se importa com isso. O próprio apóstolo Matheus era publicano, mas ao ser convidado por Jesus para segui-lo, abandona tudo (Mt 9,9). Da mesma forma Jesus nos convida a participar de sua missão e nos tornarmos missionários e evangelizar por onde passarmos.

Jesus não acusou Zaqueu, não chamou de desonesto, de ladrão, o relato do evangelho nos diz que Jesus apenas o olhou. Mas esse olhar deve ter sido realmente um olhar que com certeza lhe chegou ao coração. Esse encontro de Jesus nos leva a buscar uma conversão que não fique apenas nas palavras, mas que gere uma atitude concreta na direção de nossa salvação.

Zaqueu não teve medo de se expor ao ridículo subindo naquela árvore. E, quando recebeu o chamado de Jesus, ele desceu depressa e o recebeu alegremente, mas ainda sim são gestos fáceis de se realizar. Mas Zaqueu chamou Jesus de Senhor (e ele com certeza tinha muitos senhores, mas renunciou a todos eles – o dinheiro, a arrogância, a vaidade de sua riqueza, etc.) e fez morrer o homem velho, e eis que nasceu naquele instante um novo homem. Disse ainda que iria dar metade dos seus bens aos pobres e que ia devolver quatro vezes mais de quem tinha se aproveitado.

Zaqueu se libertou das coisas inúteis e seguiu Jesus no caminho de sua salvação. Quantos hoje são chamados por Jesus, mas não tem coragem ou a força para se libertar do pecado. Hoje somos chamados nos tornarmos novas criaturas em Nosso Senhor Jesus Cristo. Será que você está disposto a enfrentar o desafio?


sábado, 16 de maio de 2009

Encontro de Jesus com Nicodemos


Jo 3, 1-21

Seguindo pelos encontros de Jesus, a reflexão proposta hoje é entre Jesus e Nicodemos, chefe dos judeus. Ele foi até Jesus, de noite, e lhe disse: Rabi, sabemos que és um mestre mandado por Deus; de fato, ninguém é capaz de realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele...". Este ilustre Senhor era um dos três homens mais ricos de Jerusalém e a narrativa deste encontro nós é passada através do evangelho de São João. Muito provavelmente, Nicodemos não queria ser visto com Jesus, visto que no versículo 2 relata que ele se encontrou com Jesus à noite, para que o encontro fosse discreto. Mas ele queria conhecer esse Jesus de quem tanto se ouvia falar.

Nicodemos reconhece que a origem da missão de Jesus não podia ser humana. E Jesus responde: "Na verdade, na verdade te digo, quem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus". Nicodemos devido a sua condição devia ser muito inteligente e não iria interpretar essas palavras em sentido material. Mas Nicodemos parece não se dar conta do que realmente Jesus quer dizer e, talvez para provocá-lo a explicar-se e a falar mais, finge ser ingênuo e interroga o mestre com perguntas aparentemente tolas: "Como pode um homem renascer, sendo velho?", pergunta. "Por ventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?".

Jesus, nosso mestre responde fazendo com que o ilustre e versado fariseu retorne à condição de um aluno iniciante e lhe explica que alguém não pode ver o reino de Deus se não participa dele aqui na terra, e isso não é resultado do esforço ou do talento humano: "Em verdade, em verdade te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que da carne nasceu é carne; o que nasce do Espírito é Espírito. Não te admires se te digo: deves renascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde ele vem ou para onde vai: assim acontece com quem nasceu do Espírito". Em hebraico, a palavra "espírito" queria dizer também "sopro de vento", e esse duplo significado permite que Jesus se explique: embora invisível e intocável, o vento é real. Assim também o Espírito não pode ser controlado ou manipulado com argumentos humanos. Aí, a alusão ao Batismo é clara: a graça divina produz uma mudança no nível do ser, faz nascer uma vida nova.

O que segue nos demais versículos é uma catequese sobre as coisas celestes, e Jesus dá seu testemunho com autoridade e repreende Nicodemos por não aceitar seu testemunho. Jesus conclui o diálogo que alfinetando Nicodemos pela situação na qual veio lhe procurar: "a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não vai à luz, para que não sejam reveladas as suas obras. Mas quem pratica a verdade vai à luz, para que apareça claramente que as suas obras foram feitas em Deus".

Apesar deste encontro, Nicodemos não se torna um verdadeiro discípulo, mas no Evangelho de João o rico mestre israelita aparece outras duas vezes, demonstrando ter ficado, de algum modo, impressionado com Jesus, com a sua pessoa. No fundo, ele não se contentara em ouvir dizer, quis verificar pessoalmente a proposta de Jesus, confrontar-se cara a cara com ele. Quis ir ao fundo do anúncio daquele estranho profeta; decidiu procurá-lo, embora secretamente. Não abandonara os seus cargos nem o seu prestigioso posto. Mas o encontro deixara nele uma marca. As palavras do Mestre certamente o atingiram. Tanto isso é verdade que Nicodemos aparece novamente no Evangelho defendendo Jesus, "Disse então Nicodemos, um deles, o mesmo que de noite o fora procurar: Condena acaso a nossa Lei algum homem, antes de ouvi-lo e sem conhecer o que ele faz?". E eles lhe responderam: "Por acaso tu também és da Galiléia? Estuda e verás que da Galiléia não vem nenhum profeta. E todos eles retornaram às suas casas" (Jo 7,50-53).

Nicodemos, aparece ainda no Evangelho após a morte de Jesus, e gasta cem libras em perfumes preparar o corpo de Jesus. A partir desse último gesto podemos ver que o seu coração havia sido tomado secretamente por Jesus, por aquele Nazareno que, depois de algumas horas, sairia do sepulcro, vitorioso para sempre.

Quantos de nós não somos assim, conhecemos a verdade, sabemos a quem temos que seguir, mas por vergonha, medo, ou tantos outros motivos torpes, preferimos andar sem Jesus. Ignorando todo o sacrifício que Ele sofreu por nós. Tenhamos o coração de Nicodemos, mas o ultrapassemos na coragem de assumir nosso amor por Jesus e por testemunhar com fé e esperança, as maravilhas do reino de Deus nas nossas vidas.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Encontro de Jesus com a Samaritana


Jo 4, 5-42

Todo encontro de Jesus com alguém narrado na Bíblia possui alguns aspectos muito mais profundos do que podem sugerir no início, o encontro de Jesus com a samaritana não é diferente. Portanto, temos que ler o evangelho sempre pedindo a luz do Espírito Santo para nos dar o discernimento necessário para compreender o real significado das palavras ali escritas para nossa salvação. Desta forma o que podemos tirar deste encontro:

Os judeus e os samaritanos eram povos não muitos amigos, pois os samaritanos adoravam a Deus no monte Gazirim e criam que somente eles eram descendentes diretos dos antigos Patriarcas judeus. Desta forma se analisarmos com calma, vamos perceber que o tom da conversa é quase uma discussão, pois aquela samaritana estava com o espírito armado contra aquele judeu.

Ao ler a narração deste encontro, alguns podem pensar que aquela samaritana era uma mulher sem conhecimentos religioso, mas na verdade não era bem assim, era uma mulher inteligente, que mesmo sabendo que aquele judeu era um profeta, não se intimidou e ainda toca no espinho da briga entre judeus e samaritanos (Jo 4, 19-22).

Jesus, no entanto, não usa meias palavras e não faz tenta fazer ecumenismo, ele é enfático: "– a salvação vem dos judeus". Paralelamente vemos hoje uma profusão de religiões e Igrejas que se dizem Cristãs, outras nem tanto pois acreditam mais no que homens disseram, do que as palavras do próprio Jesus Cristo, mas é sabido que Jesus deixou aqui uma Igreja sob o comando do Apóstolo Pedro (São Mateus 16,18) que vêm desde então proclamando o evangelho tal como Ele ordenou: A Igreja Católica Apostólica Romana (Católica, pois é universal, está no mundo todo pregando a mesma palavra; Apostólica, por que vêm diretamente dos apóstolos, graças a chamada sucessão apostólica; e Romana pois têm sua sede em Roma)

Quando um pouco antes de Jesus se apresenta como o messias, e diz que logo viria a hora que não haveria local para adorar, mas sim em espírito e em verdade, ela se desarma e vê naquele homem a figura de Deus e fala do Messias que há de vir (creio que desconfiando de sua presença marcante) e após a revelação de que ele era o messias, ocorre sua conversão.

Não é narrado na bíblia se a mulher deixou o seu 6º marido ou nada de sua vida dali em diante, mas ela reconheceu-se pecadora, e este é o primeiro passo para a nossa salvação. E os mesmos samaritanos que não se davam com judeus, se apaixonaram pelas palavras de Jesus. Da mesma forma isto acontece hoje entre católicos e protestantes. Adoramos o mesmo Deus, mas a Igreja Católica como fiel depositária da verdade proclamada por Nosso Senhor Jesus Cristo anuncia o evangelho e defende aspectos como moral, ética e santidade dentro de assuntos que dizem respeito a toda a humanidade e nossos irmãos separados normalmente estão armados contra qualquer declaração da Igreja Católica. Devemos aprender com Jesus a ser fiéis e dizermos à verdade doa a quem doer, atinja a quem atingir, pois só assim estaremos sendo fiéis a Cristo.

domingo, 8 de março de 2009

Catecumenato

Nós fomos criados por Deus para sermos seres perfeitos e santos e por isso, vivermos a santidade. Mas infelizmente esta graça foi perdida por culpa do pecado original cometido por nossos primeiros pais: Adão e Eva.

Humanamente falando, todo o nosso conhecimento sobre Deus é limitado. Dada nossas limitações humanas. Mas é possível falar de Deus a partir das Criaturas criadas por Ele e também através de nosso modo limitado de conhecer e pensar.

Desta forma, as perfeições das criaturas (sua bondade, verdade, beleza) refletem a perfeição divina de Deus. Assim podemos falar de Deus a partir dessas criaturas. Entretanto Deus transcende toda e qualquer criatura, deste modo devemos tomar bastante cuidado para não confundi-lo com nada que existe na terra, pedindo sempre que o Espírito Santo venha iluminar nossas mentes e que nos use para revelar a verdade.

O que é o catecumenato?

O Catecismo da Igreja Católica explica muito bem:

1229) Desde o tempo dos Apóstolos que tornar-se cristão requer um caminho e uma iniciação com diversas etapas. Este itinerário pode ser percorrido rápida ou lentamente. Mas deverá sempre incluir certos elementos essenciais: o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística.

1230) Esta iniciação tem variado muito no decurso dos séculos e segundo as circunstâncias. Nos primeiros séculos da Igreja, a iniciação cristã conheceu grande desenvolvimento, com um longo período de catecumenato e uma série de ritos preparatórios que escalonavam liturgicamente o caminho da preparação catecumenal, desembocando na celebração dos sacramentos da iniciação cristã.

1231) Nas regiões onde o Batismo das crianças se tomou largamente a forma habitual da celebração deste sacramento, esta transformou-se num ato único, que integra, de um modo muito abreviado, as etapas preliminares da iniciação cristã. Pela sua própria natureza, o Batismo das crianças exige um catecumenato pós-batismal. Não se trata apenas da necessidade duma instrução posterior ao Batismo, mas do desenvolvimento necessário da graça batismal no crescimento da pessoa. É o espaço próprio da catequese.

1232) O II Concílio do Vaticano restaurou, para a Igreja latina, "o catecumenato dos adultos, distribuído em várias fases". O respectivo ritual encontra-se no Ordo initiationis christianae adultorum. Aliás, o Concílio permitiu que, "para além dos elementos de iniciação próprios da tradição cristã", se admitam, em terras de missão, "os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se no rito cristão".

Nos primeiros séculos da Igreja o catecumenato era um período de iniciação, na vivencia Cristã e na vida comunitária dos seguidos de Cristo. Era designado um padrinho (Pessoa escolhida com base em sua fé para ser exemplo de vida para o catecúmeno) para acompanhar o crescimento do candidato. Este período de formação durava de 2 a 3 anos e eram acompanhadas pela comunidade com celebrações e entregas simbólicas como preparação para os sacramentos.

O Papa Paulo VI trouxe de volta o catecumenato como preparação dos novos cristãos e define-se como:

"Um espaço de tempo no qual os candidatos aos sacramentos de iniciação Cristã recebem formação por meio da catequese, distribuída por etapas e integralmente transmitida, e se exercitam praticamente na vida cristã".

Resumidamente o catecumenato é:

  • Um seminário para leigos;
  • Uma escola de fé consciente e adulta para os que querem engajar-se na comunidade Cristã;
  • Desta formação, sob a luz do Espírito Santo surgem os catequistas, Líderes, Agentes de pastorais, padres, religiosas, etc
  • Catecumenato vem da palavra cathequéo (Kατηχέω em grego) que significa instruir em alta voz, ressonância.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Virando a página....

A partir de hoje este Blog ganhou um nome e uma função, se antes ele se chamava "Sem Motivo" agora ele se chama 'Kατηχέω', palavra grega que significa "Instruir em viva voz". Sua pronúncia é algo parecido com Katechéô e tem tudo haver com o que farei com esse espaço.
Sou monitor de Catecumenato da paróquia de N. Sra. de Fátima em Manilha, Itaboraí, RJ e como este blog estava sem razão de existir, vou postar entre outros assunto de cunho católico, o conteúdo de todas os encontros que acontecem todos os domingos às 8:00 da manhã.
Aliás! Catecumenato é uma preparação para os sacramento de iniciação cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia) e possui toda uma estrutura para formar um cristão com uma fé mais sólida e mais atuante frente aos desafios do mundo de hoje.
Sejam bem vindos, apreciem e entrem comigo na aventura magnífica que é mergulhar na vida e ministério de Cristo e nos insondáveis caminhos de Deus.
;-)