segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Mistério da Santíssima Trindade



Santíssima Trindade
Nosso bom e amado Deus nos ama infinitamente, e como São Paulo Apóstolo nos diz em sua carta aos Romanos (Rm 8, 38s) que nada aqui na terra, nem nos céus, nem em lugar algum será capaz de nos separar do desse seu amor. Entretanto, este amor deve ser recíproco e relembrando as palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda alma, de todo o seu espírito e de todas as suas nossas forças" (Mc 12,30);
No entanto, como podemos amar quem não conhecemos? E não podemos nos esquecer nunca que nosso Deus, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, é o único Deus verdadeiro que são três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo e mesmo assim, continua sendo nosso único Deus que devemos amar e adorar.
Isso parece extremamente fácil para quem acredita em Deus, mas quantas pessoas preferem trabalhar aos domingos que participar da missa. Amam mais o dinheiro, a esposa, os filhos, os amigos, o futebol, etc...
Is 43, 22-24: "Volvei-vos para mim, e sereis salvos, todos os confins da terra, porque eu sou Deus e sou o único, juro-o por mim mesmo! A verdade sai de minha boca, minha palavra jamais será revogada: todo joelho deve dobrar-se diante de mim, toda língua deve jurar por mim, dizendo: É só no Senhor que se encontra a vitória e a força. A ele virão envergonhados todos aqueles que se tinham levantado contra Ele;"
Inicialmente, Deus escolheu um povo (Israel), mas hoje ele chama todos os confins da terra. Isso significa que Ele chama todos nós e oferece livremente a salvação a todo aquele que o amar, que ouve sua voz e segue seus preceitos.
E se é Nele que se encontra a vitória e a força, então deixemos nos abandonar a nossa vida em Deus e no seu amor. Confie em Deus e Ele te dará a força necessária para superar os obstáculos e te fará alcançar a vitória. Não tenha dúvida disso.
C.Ig.C.200: É com estas palavras que começa o Símbolo Niceno-Constantinopolitano. A confissão da unicidade de Deus, que radica na Revelação divina da Antiga Aliança, é inseparável da confissão da existência de Deus e tão fundamental como ela. Deus é único; não há senão um só Deus: "A fé cristã crê e professa que há um só Deus, por natureza, por substância e por essência".
C.Ig.C. 202: "O próprio Jesus confirma que Deus é "o único Senhor", e que é necessário amá-Lo "com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento e com todas as forças". Ao mesmo tempo, dá a entender que Ele próprio é "o Senhor". Confessar que "Jesus é o Senhor" é próprio da fé cristã. Isso não vai contra a fé num Deus Único. Do mesmo modo, crer no Espírito Santo, "que é Senhor e dá a Vida", não introduz qualquer espécie de divisão no Deus único":
"Nós acreditamos com firmeza e afirmamos simplesmente que há um só Deus verdadeiro, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável. Pai e Filho e Espírito Santo: três Pessoas, mas uma só essência, uma só substância ou natureza absolutamente simples".
C.Ig.C. 266: "A fé católica é esta: venerarmos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confudir as Pessoas nem dividir a substância: porque uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas do Pai e do Filho e do Espírito Santo é só uma a divindade, igual a glória e coeterna a majestade"
A Santíssima trindade é um mistério que não pode ser conhecido por nós se não for revelado do alto, só poderíamos compreender perfeitamente a Santíssima Trindade se nós fossemos "Deus". Podemos, entretanto, por meio da razão iluminada pela fé, "tocar" os mistérios, utilizando analogias. Vejamos algumas: o raio branco de luz, sendo apenas um, pode ser decomposto em vermelho, amarelo e azul; O sol emite calor, Ilumina e permite que haja a vida, sem deixar de ser uma estrela; O fogo queima, ilumina e aquece, sendo apenas fogo, etc. Tudo isto é superior à capacidade de compreensão humana, e mesmo conhecendo o mistério, mas não é possível compreendê-lo por completo.
Por isso, a Igreja aconselha muita cautela na busca de conhecer certos mistérios superiores à nossa compreensão, conforme ensina o Catecismo, transcrevendo a Bíblia: " Quem quer sondar a majestade, será oprimido pelo peso de sua glória" (Prov. 25, 27). Ou ainda citando São Bernado de Claraval quando diz que: "Querer sondar o Mistério da Trindade é ousado. Crer nele é bem-aventurança. Conhecê-lo é vida, vida eterna."
Conta-se inclusive que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas...
Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito.
Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia.
O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: –"estou querendo colocar a água do mar neste buraco".
Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: -"mas você não percebe que é impossível?".
Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: "ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!". E continuou: "Quem fita o sol, deslumbra-se e quem persistisse em fitá-lo, cegaria. Assim sucede com os mistérios da religião: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstinasse em os perscrutar perderia totalmente a fé" (Sto. Agost).
Na Bíblia podemos ver sobre o mistério quando disse Nosso Senhor Jesus: " Ensinai todas as gentes, e batizai-as em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Em sua última prece, o Salvador pede que seus discípulos sejam um como seu Pai e Ele não são mais que um (S. Jo., 17, 21). Também afirma: "Meu Pai e eu somos um" (Jo., 10, 30), deixando clara a unidade de natureza entre o Pai e o Filho.
Em II Cor, 13, 13 está escrito: " Estejam com todos vós a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo"!.
A passagem onde o mistério da Trindade é bastante visível é no "batismo" de Nosso Senhor, ao sair da água, os céus se abriram e o " Espírito, como uma pomba", desceu sobre Nosso Senhor e uma voz "veio dos Céus: "Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo".
Em São Mateus, lemos: " Só o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai"(Mt 11, 27; Lc. 10, 22). Em S. João, está que o Espírito Santo "procede do Pai", que é "enviado pelo Filho" (Jo 15, 26; 16, 7).
Já no Antigo Testamento a Trindade estava implícita. Citemos algumas passagens: Os sacerdotes judeus deviam, ao abençoar o povo, invocar três vezes o nome de Deus (Num. 6, 23). Isaías diz-nos (6, 3) que os Serafins cantam nos céus: Santo, santo, santo é o Deus dos exércitos. Notemos sobretudo o estranho plural empregado por Deus na criação do homem: " façamos o homem à nossa imagem e semelhança"(Gen. 1, 26). No momento da confusão de Babel: "Vinde, diz o Senhor, confundamos a sua linguagem" (Gen. 11, 7). Por que esse plural? Já, depois da culpa de Adão, o mesmo livro sagrado representa Deus dizendo ironicamente: "Portanto eis Adão que se tornou com um de nós, vamos agora impedir-lhe que levante a mão à árvore da vida"(Gen. 3, 22).
Buscando maneira mais simples de entender tão grande mistério, suponha que você se olha em um espelho de corpo inteiro. Você vê uma imagem perfeita de si mesmo, com uma exceção: não é senão um reflexo no espelho. Mas se a imagem saísse dele e se pusesse ao seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria a sua imagem perfeita. Porém, não haveria dois 'vocês', mas um só 'você', uma natureza humana. Haveria duas 'pessoas', mas só uma mente e uma vontade, compartilhando o mesmo conhecimento e os mesmos pensamentos.
Depois, já que o amor de si (o amor de si bom) é natural em todo ser inteligente, haveria uma corrente de amor ardente e mútuo entre você e a sua imagem. Agora, dê asas à sua fantasia e pense na existência desse amor como uma parte tão de você mesmo, tão profundamente enraizado na sua própria natureza, que chegasse a ser uma reprodução viva e palpitante de você mesmo. Este amor seria uma 'terceira pessoa' (mas, mesmo assim, nada mais que um 'você', lembre-se; uma só natureza humana), uma terceira pessoa que estaria entre você e a sua imagem, e os três, de mãos dadas: três pessoas numa só natureza humana.
Esse exemplo, muito imperfeito, pode nos ajudar um pouco a entender a relação entre as três Pessoas da Santíssima Trindade: Deus Pai "olhando-se" a Si mesmo em sua mente divina (criadora) e mostrando ali a Imagem de Si, tão infinitamente perfeita que é uma imagem viva: Deus Filho; e Deus Pai e Deus Filho amando como amor vivo a natureza divina que ambos possuem em comum: Deus Espírito Santo. Três pessoas divinas, uma natureza divina.
É claro, é só um exemplo, muito imperfeito, mas que nos ajuda a compreender o grande mistério que é a Santíssima Trindade, base de nossa Fé, fundamento de nossa Redenção, sustentáculo de nossas vidas e no qual, todos os dias, através do sinal da Cruz, nós afirmamos a nossa fé: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo: o Pai, criador de todas as coisas , O filho, redentor dos homens e o Espírito Santo, que santifica todas as coisas.

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